Sidney Assis
Uma sigla de 3 letras tem repercutido no mundo dos negócios: ESG (acrônimo em inglês para Environmental, Social and corporate Governance). Em português, essa abreviatura significa boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa.
No mundo atual do empreendedorismo, as práticas empresariais voltadas para a sustentabilidade, a promoção de impacto social positivo e a adoção de uma conduta corporativa ética se tornaram um padrão ouro no mundo dos negócios.
Engana-se quem pensa que na balança da atividade empresarial há dois pesos que se contrapõem: de um lado a escolha em construir um mundo mais inclusivo e sustentável, de outro, ter bons resultados financeiros em uma empresa.
Preocupar-se com o meio ambiente, ter responsabilidade social e adotar boas práticas de governança são, a bem da verdade, fatores que contribuem enormemente no balanço das empresas e esse é um dos motivos para que um negócio comece a adotar critérios do ESG.
Há tempos que as empresas vêm sendo cobradas pela sociedade e organizações a adotarem tais posturas. Da mesma forma, não é novidade que dar visibilidade a estas boas práticas é uma forma de melhorar a imagem do negócio perante os consumidores e o mercado.
Contudo, nos últimos anos falar o ESG tem ganhado repercussão mundial e as razões não são difíceis de serem percebidas.
Um estudo realizado pela consultoria BCG (Boston Consulting Group) indica que empresas que adotam melhores práticas ambientais, sociais e de governança colhem resultados positivos, como maior lucratividade e até uma melhora em seu valor de mercado ao longo do tempo.
Em 2021, a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgou uma pesquisa realizada com 265 instituições financeiras, apontando que para 87% delas, o tema sustentabilidade ganhou mais relevância nos últimos 12 meses.
Estima-se que ao menos 30 trilhões de dólares em ativos estão atualmente sob a gestão de fundos que aplicam seus recursos somente em negócios e empresas com práticas voltadas para a cultura ESG.
O que uma empresa, afinal, precisa fazer para ser ESG?
Na área ambiental, algumas medidas podem ser citadas como relevantes: 1) fazer uso racional dos recursos naturais; 2) preservar a biodiversidade; 4) reduzir a emissão de gases de efeito estufa; 5) zerar desperdícios; 6) buscar a plena eficiência energética; tratar adequadamente os resíduos sólidos.
No aspecto social, destacam-se posturas como: 1) melhorar as condições e relações de trabalho; 2) estimular políticas de inclusão e diversidade dentro e fora da empresa; 4) proporcionar treinamento adequado para os funcionários; 5) respeitar os direitos humanos; 6) garantir privacidade e segurança de dados dos funcionários e clientes; 7) promover ações sociais positivas na comunidade onde a empresa atua.
Em relação à governança corporativa, vale destacar as ações voltadas para: 1) a preservação da independência do conselho administrativo; 2) a adoção de critérios de diversidade na escolha dos membros dos conselhos ou diretorias da empresa; 3) a garantia de remunerações justas e racionais; 4) a adoção de condutas éticas e anticorrupção nos negócios; 5) a prática de transparência fiscal; 6) o combate aos casos de assédio, discriminação e preconceito.
A repercussão mundial da cultura ESG no mundo dos negócios, sem dúvidas, evidencia que as empresas que se comprometem com as melhores práticas de gestão acabam tendo uma operação mais sustentável em diversos aspectos e, por conseguinte, geram resultados melhores ao longo do tempo.
Não se pode negar, diante disso, que os empreendedores estão cada vez mais adotando o a cultura ESG. Pode-se afirmar com segurança que este é um caminho sem volta na nova etapa do mundo globalizado pautado por um capitalismo “consciente” e não mais “predatório”.
REFERÊNCIAS